A vingança das trotinetas

Renascidas das cinzas, serão as trotinetas (ou scooters de pé), a resposta para a massificação de modos suaves de deslocação nas cidades?



A recente aposta da empresa LIME, que disponibiliza em Lisboa (assim como em várias cidades do mundo) trotinetas eléctricas, serviu pelo menos para despertar curiosidade sobre este veículo adormecido que tal como a bicicleta, foi rei e senhor noutros tempos.


Um dos problemas das nossas cidades
Sendo eu um activista da mobilidade sustentável sempre me fez confusão levar os meus filhos à escola e nem conseguir passar A PÉ por entre os automóveis que se amontoam à entrada. As pessoas só não entram com o carro na escola porque não podem.



Não é difícil perceber porque isto acontece, o problema resulta das seguintes situações:
- Facilidade em circular e estacionar junto das escolas sem fiscalização
- Facilidade em levar o carro para o trabalho (há empresas que até estacionamento "oferecem")
- Dificuldade em circular de bicicleta tanto dos adultos como das crianças
- Pouco ou nenhum incentivo por parte das escolas para mudar o cenário

Há outros factores que contribuem, mas estes são os principais.
Como vês vai levar muito tempo até que a coisa se componha e entretanto os filhos já deixam a escola e o cenário provavelmente repete-se quando estes tiverem filhos.

E onde é que se encaixa a trotineta neste cenário?
Primeiro há que perceber o conceito:
A trotineta é um meio de locomoção leve, acessível a todos, mesmo aqueles que tenham pouco equilíbrio e não saibam andar de bicicleta. Apenas tens de subir e dar ao pé.
Por ser um veículo pequeno, de menor impacto visual e teoricamente mais lento do que a bicicleta é equiparado ao peão, podendo ser usado nos passeios, embora tenha de usar a ciclovia sempre que exista.
Facilmente se guardam dentro da escola ou no trabalho
É económica, não tem praticamente manutenção
Transportam-se mais facilmente no metro/comboio/autocarro
Podes ler mais sobre as vantagens dela aqui neste post traduzido do blog da Swifty Scooters

Estas características têm um peso enorme na decisão dos pais deixarem os seus filhos irem sozinhos para a escola e é por isso que elas têm ganhado uma grande fama em cidades congestionadas e com poucas infraestruturas, contrariamente ao que se passa em cidades Holandesas ou Dinamarquesas.

É no entanto um mercado ainda por explorar e pouco ou nada divulgado. Há também uma ressalva, cuidado com as "trotinetas de supermercado" que tal como as bicicletas também se massificaram principalmente como objecto para brincar. Para uma utilização mais séria e pelos seus fracos componentes podem, mesmo a baixas velocidades, ceder e provocar lesões. Principalmente as eléctricas. E já começa a aparecer casos complicados aqui na oficina que não consigo ou nem vale a pena resolver, como as chinesas Xiaomi. E depois há a questão do sedentarismo, ao contrário de uma bicicleta eléctrica, uma trotineta não precisa de um único esforço físico para ser accionada.

No meu caso apenas vendo e promovo trotinetas de roda maior (scooters ou footbikes), muito conhecidas nos países de leste, onde este veículo sobreviveu ao teste do tempo e onde até fazem campeonatos oficiais (tipo "a Volta" ou "Tour de France").
Têm componentes iguais as de uma bicicleta e oferecem uma segurança, velocidade e conforto idênticos. Sempre que precisares de um pneu, câmara, travões ou outro componente, qualquer oficina ou loja têm. E qualquer mecânico sabe mexer numa. São mais versáteis para diferentes pisos e rápidas dispensando o peso brutal de um kit eléctrico que só complica. A que uso regularmente é uma SwiftyOne com dobragem inteligente patenteada e que podes experimentar.

Podes encomendar uma scooter na loja do blog

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