Strida LT

Em três palavras: invulgar, bela e subvalorizada. Pelo menos por estas bandas.

É certo que a Strida de agora está bem melhor, a tecnologia evoluiu, as peças de melhor qualidade, o peso diminuiu, a forma como é feita, o cuidado com os pequenos detalhes, tudo. Mark Sandler é o designer por trás desta belíssima obra de arte ciclável, mas a propriedade agora é da Ming Cycle de Taiwan. E posso afirmar com convicção, depois de a ter experimentado várias vezes, apreciado os detalhes e ter lido sobre estas novas Stridas, que foi a melhor opção a tomar na altura. Hoje em dia fabricar bicicletas em casa como antigamente é um luxo que tem de ser valorizado e pago como tal (Moulton, Brompton...) Mas para colocar a marca no mercado internacional, com várias opções e a um custo abaixo do proibitivo, não há outra opção.
Apesar de se ter tornado uma marca com produção em massa, para as massas, mantém a patente de "marca de culto", com o peso da antiguidade e com uma legião de fãs por todo o mundo (menos em Portugal).


Strida de 1987 produzida em Inglaterra


STRIDA LT
A LT é a versão de entrada de gama, 1 velocidade, rodas sem raios em plástico super resistente, discos, guardalamas, suporte de cargae um preço aproximado de 700€. Pedi uma turquesa muito bonita, com os componentes todos em preto. A primeira impressão que deu aqui no pessoal é de uma bicicleta robusta e com excelente material/acabamentos para o preço.

Transmissão de correia, não suja as calças nem as mãos, nada. E silenciosa. Faz lembrar os automóveis eléctricos que me pregam com cada susto ao aparecerem do nada. 
Pedais dobráveis em plástico, como alternativa a Strida tem uns muito bons em alumínio. 


Punhos ergonómicos da Biologic, com um pequeno cordel para agarrar as manetes quando fica dobrada e poder assim ficar em pé. Simples e eficaz. As manetes são em alumínio.


Um novo iman, mais forte e flexível para evitar que se desprenda quando dobrada.



O suporte traseiro de plástico, ajuda a baixar o custo, mas é pouco útil para cargas um pouco mais pesadas do que uma malinha de senhora. É também o suporte que aguenta a bicicleta quando está fechada. Há 3 opções de suporte oficiais, mais resistentes em alumínio. Podes ver aqui



Guardalamas traseiro com o acabamento de origem.



Onde está o reflector, pode estar um led oficial da Strida. É um encaixe também especial. Quem quiser outra coisa, tem de se fazer um hack qualquer ou usar kits de luzes com braçadeira suficientemente larga para estes tubos do quadro.


Muito estreita, é especialmente útil para espaços apertados em casa, passar nos torniquetes do metro/comboio, etc.


Discos mecânicos de 140mm têm um desempenho excelente mesmo em descida muito íngreme. Os pneus são uns 16x1.50 de lista branca e baixa pressão (50psi) Aqui um ponto negativo para as rodas que apesar de bonitas, pela sua estrutura interna não admitem muitos dos pneus mais conhecidos e melhores para esta medida como os Schwalbe Marathon ou Big Apple. Quem quiser fazer upgrades tem de se aventurar no modelo a seguir com rodas convencionais de raios. Todas elas têm um eixo especial único que suporta todo o peso traseiro. Como acontece com o sistema Lefty da Cannondale. 


Agora que vejo ainda não escrevi sobre a Cannondale Hooligan, a minivelo da marca, fica apontado!

DOBRAGEM


O formato de carrinho de bebé fechado foi o que fez da Strida um sucesso mundial. Ter a bicicleta dobrada e chegar de pé pouco acima da nossa cintura facilita imenso poder andar com ela pela cidade, calçada, supermercados, serviços, etc, sem filmes. 99% das dobráveis mesmo as mais pequenas, pelo seu peso e algum volume, dificultam esta tarefa. (mesmo as que possam ter 10kgs ou menos) A única mais parecida e não é uma bicicleta, é uma scooter, a Swifty. E mesmo assim não é tão prática como a Strida porque rola apenas sobre uma roda. A Strida é mais estável e não tem medo da calçada portuguesa.

A dobragem é também simples, o tubo de baixo do quadro separa-se do tubo vertical do guiador e fica preso por pressão ali  numa borracha preta que podes ver na foto. O suporte traseiro serve de apoio e tem dois pinos para o contacto com o chão. O video em baixo que encontrei mostra a dobragem da LT.



NA ESTRADA



É uma bicicleta para curtos trajectos de cada vez e para quem quer usar passeio, apesar de não ser legal,  é excelente porque ocupa mesmo muito pouco espaço. Mas tem muito pouca velocidade por causa do rácio dela. A versão de 3 velocidades e roda 18 é a mais indicada para quem quer uma coisa mais veloz, sem perder nas subidas. Por motivos óbvios o arranque é imbatível, o que é especialmente útil nos sinais.



A subida na Morais Soares em Lisboa, faz-se sem esforço. Parece uma eléctrica com motor silencioso por causa da correia de Kevlar super resistente (oficialmente dá para 80mil kms)



É uma boa sensação de segurança, em estrada, poder pousar os pés sem stress.
Apenas senti um ligeiro levantar da roda da frente, a arrancar, por ter a roda traseira mesmo por baixo.

Rotina (comboio - elevador - casa)
 
 
Conclusão
A Strida não tem concorrência no tipo de dobragem, design (conhecida pelo A) ou na performance/conforto. É uma bicicleta única completamente diferente do que estamos habituados. Gostei muito de a conduzir, mas tem pouca velocidade para o meu gosto. Aquela postura 100% direita é excelente para quem tem problemas de coluna ou prefere conforto ao desempenho.
É perfeita para as subidas de Lisboa e combinar com os transportes.
Para quem quer uma  máquina mais versátil, potente terá de procurar noutro lado porque esta Strida é só para quem se apaixona à primeira vista. E confesso que sendo eu um apaixonado, estou tentado na versão de roda 18 com 3 velocidades (Strida Evo 18")


Podes comprar uma Strida aqui

Segue o minivelocentral.com aquirecebe por email os novos posts e partilha nas redes se achaste interessante.


Comentários