A Vybe i3 é uma Dahon com 3 velocidades internas e muito bom material, num quadro leve em alumínio e dobradiça de gama de entrada que não faz disparar o preço. 
Mas que história é essa da dobradiça? perguntarão alguns.
A dobradiça do quadro é uma das partes mais sensíveis de uma bicicleta dobrável, senão mesmo a mais sensível. É onde é aplicada a maior tensão e é também aqui que a grande maioria das bicicletas no mercado falham. E uma bicicleta que sustenta a tua vida preciosa num único tubo, ele não pode falhar nunca!
É aqui que entram as marcas mainstream como a Dahon, Tern, Brompton etc que fazem os seus próprios quadros e dobradiças e testam as bichas ao limite. No caso da Dahon, há vários tipos de dobradiças que diferem entre si na capacidade de passar para o condutor mais ou menos vibrações. Estas tecnologias têm um preço e no caso desta Vybe, estamos a falar de uma dobradiça de fácil desenvolvimento (=económica), menos complexa, mas onde existe um maior contacto entre as duas partes e por isso uma maior vibração. Não confundir isto com segurança, embora exista claramente menos margem para ir para o mato. Há também a questão do design.
Dobradiça Vise Grip da Vybe
uma verão melhorada da Vise Grip (menos contacto) que costuma vir nas gamas médias (Mariner, Vitesse; K3 e algumas novas MU)
V-Clamp - contacto entre partes reduzido a uns 30%, aperto suave e mais robusto. Vem nas gamas mais altas como a MU e Vigor mas também algumas Curve, Hemingway, Ciao
Há mais algumas específicas como a LockJaw e a Jaws das novas Mariner, mas não me vou alongar nisto. O importante é perceber que o preço final delas tem muito em conta o investimento no quadro e o tipo de dobradiça. Obviamente que a experiência e durabilidade serão um pouco maiores. Mas não deixa de ser por isso que a Vybe seja uma má escolha. E principalmente se for usada maioritariamente em estrada, circuitos urbanos.
Para além do sistema de 3 mudanças interno, temos as rodas com aro duplo, pneus (kenda) com boa carcaça e faixa reflectora, bons travões vbrake.
Conjuntos de cabos/bichas da Jagwire, punhos ergonómicos em borracha e o espigão telescópico da Dahon que permite regular em altura. Este espigão é o mesmo em todas as Dahon independentemente do preço.
O manípulo de mudanças internas é rotativo e neste caso muito mais vantajoso porque ao contrário do sistema de cassete podemos ir da 1 à 3 sem ter de passar pela 2. E podemos fazer isto parados o que é especialmente útil no arranque (ex numa subida)
O Nexus é um cubo de mudanças internas com provas dadas, muito fiável e que qualquer mecânico conhece.
Outra vantagem é não haver o risco da corrente saltar ou as mudanças desafinarem. Possibilita também ter esta cobertura que costuma ser feia, mas neste caso como o quadro é escuro até passa.
Este quadro Vybe tem a vantagem de ser leve (sim os quadros das dobráveis são mais pesados do que os "full size"). A maior desvantagem dos cubos é o peso, portanto neste caso ficou equilibrado e resultou numa bicicleta não muito pesada para este segmento. Aprox. 12.7kg. Lembrando que a forqueta é de aço, se fosse de alumínio seria quase 1kg a menos. O conjunto pedaleiro/eixo/pedais dobráveis destas gamas de entrada também têm algum peso a mais.
A patilha de segurança e a alavanca são as mais recentes da Dahon e mais robustas do que muitas gamas mais altas de anos passados.
Este selim tem uma característica racing, os de origem costumam ser mais largos e com o logo da Dahon. Apesar disso pareceu-me confortável mas só experimentando vários dias é que se descobre. Nas bicicletas é muito raro de acertar na escolha do selim e punhos à primeira. São as duas partes que fazem contacto directo com o nosso corpo e por isso têm muita influência no conforto e não devem nunca ser desvalorizadas mas priorizadas.
Outra coisa que vem em quase todas as Dahon (devia ser em todas!) a slot para cargas à frente sem interferir na direcção. Esta peça é soldada ao quadro e tem 3 buracos com rosca onde se pode instalar o Dahon Valet Truss (3parafusos, maximo 10kg dependendo do acessório) ou uma solução universal Klickfix (2 parafusos e máximo de 7kg dependendo do acessório). Há uma panóplia cestos, malas e suportes para estes adaptadores e para além da questão da direcção há a estabilidade que não é afectada como quando levamos carga atrás. E como o peso da bicicleta está maioritariamente atrás ajuda muito a pegar nela e subir um lance de escadas. Vê mais sobre isto aqui - bklisboa.pt/carga
Esta Vybe i3 vale cada cêntimo. Não é uma bicicleta para quem quer fazer upgrades, porque por mais um pouco têm outros modelos com melhor quadro/dobradiça e transmissões. É uma bicicleta puramente citadina, elegante e que faz o trabalho. No limite podes querer uns guardalamas e a solução de carga para a frente.
Vê a colecção Dahon aqui: bklisboa.pt/Dahon
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